Solta um Coxipo da Ponte

por Marçal Justen Neto

Em meados da década de 80, o Atlético atravessava grandes dificuldades financeiras. O presidente Antonio Sérgio Guimarães Lück fazia o possível para “driblar” os problemas, muitas vezes assumindo até prejuízos profissionais.

Lück tinha negócios no Mato Grosso e estava afastado das fazendas em razão do Atlético. Chegou a tal ponto que não podia mais esperar: ou voltava para Cuiabá ou seus negócios iriam à falência e, com eles, também o Atlético.

Pediu então a Valmor Zimermann que administrasse o clube durante o período de sua viagem. Valmor assumiu o encargo, mas Lück não voltava. Depois de dois meses, resolveu telefonar ao presidente para saber quando ele retornaria para pagar as dívidas do clube, que já atingiam somas consideráveis.

Lück respondeu que retornaria dentro de poucos dias e emendou:

- Enquanto isso, solta um Coxipo da Ponte!

Sem entender a medida salvadora do presidente, Valmor pediu para que ele repetisse. Mas não adiantou muito: era Coxipo da Ponte mesmo. Antonio Lück explicou que, prevendo os momentos de dificuldade, havia deixado um cheque assinado no cofre do clube. Esse cheque era da agência do Banco do Brasil em Coxipo da Ponte, um bairro de Cuiabá.

Naquele tempo, não havia compensação instantânea e, por isso, demorava quinze dias para o chegue ser apresentado em uma agência tão distante. Dito e feito: Valmor conseguiu sacar um valor considerável para pagar as dívidas e ainda bancar mais alguns investimentos.

Quando o cheque voltou, quase um mês depois, os dirigentes já haviam conseguido um jeito de cobrir o valor.


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