1929 - Campeão invicto

Depois de ter sido o Campeão Paranaense em 1925 e conquistar o vice-campeonato em 26, 27 e 28, o Atlético voltou a dominar o futebol paranaense em 1929, com uma campanha irretocável e invicta, numa espécie de aviso ao Furacão, que encantaria o futebol paranaense vinte anos depois.

No Torneio Início, o Atlético ficou em 2º lugar, perdendo a decisão por 2 a 1 para o Palestra Itália. A “síndrome do vice” começou a assombrar os lados da Baixada e o time entrou no Campeonato Oficial disposto a mudar esse rótulo.

E conseguiu. Em doze partidas, o Atlético conquistou dez vitórias e dois empates, acumulando aproveitamento espetacular de 91,66%. A equipe marcou 48 gols e sofreu apenas 11, com saldo de 37. A linha ofensiva atleticana, formada por Levoratto, Marreco, Urbino, Zinder, Maranhão, Ary e Denizart chamava atenção por onde passava, balançando as redes em todos os jogos da competição.

 

Em 1929 o Atlético foi campeão invicto e com uma rodada de antecipação.

O Atlético começou o campeonato com uma bela goleada por 4 a 1 sobre o Britânia, campeão do Estado no ano anterior. Goleadas surpreendentes como 10 a 0 sobre o Aquidaban, 7 a 0 no Paranaense e 8 a 1 no Bangu marcaram a campanha vitoriosa. No primeiro turno, a única partida que o rubro-negro não venceu foi contra o Coritiba, empatando por 4 a 4.

No turno decisivo, todos já sabiam que dificilmente o Atlético deixaria de ser campeão. Venceu Britânia (2 a 0), Bangu (por W.O.) e Palestra Itália (1 a 0). A essa altura, só um milagre tiraria a taça das mãos atleticanas, pois o time conseguiu abrir quatro pontos de vantagem sobre o 2º colocado, que era o próprio Palestra.

Campeão por antecipação

No dia 05 de janeiro de 1930, Atlético e Coritiba entraram no gramado da Baixada com missões antagônicas. Enquanto ao rubro-negro a vitória assegurava o título da competição, ao adversário ficava a esperança de ser o único clube a derrotar o melhor time do Estado.

O Coritiba, numa tentativa desesperada de estragar a festa atleticana, partiu para o ataque e abriu o placar com Emílio. Mas, no 2º tempo, o Atlético conseguiu impor o seu ritmo e criou boas chances. Marreco, com um forte tiro, conseguiu empatar o jogo. Aí começou a brilhar a estrela do goleiro Alberto, um dos principais destaques da conquista atleticana. E, a poucos minutos do fim, num contra-ataque rápido de Levoratto, a bola foi parar no fundo da rede do Coritiba. Era o gol do título, o gol da comprovação que o rubro-negro era sim o melhor time do Paraná.

Restou ainda mais uma partida e o empate por 2 a 2 contra o Brasil confirmou a taça “Cidade de Curitiba” para o Atlético. A equipe ainda disputou um torneio-extra, contra Paranaguá (venceu por 7 a 0) e Operário (venceu por 3 a 1) e garantiu, definitivamente, o título de Campeão Paranaense de 1929.

 

Final - Paranaense - (05/01/1930) - Atlético 2 x 1 Coritiba
L:
Baixada; A: Dino Bertholdi; G: Emílio, Marreco e Levoratto.

ATLÉTICO: Alberto; Anjolilo e Borba; Altino, Falcine e Rosa; Levoratto, Marreco, Urbino, Zinder e Maranhão.

CORITIBA: Fruet; Cuka e Pizatto; Rigolino, Ninho e Alberto; Guerino, Lauelino, Emilio, Staco e Stephen.

Campanha

12 jogos: 10 vitórias / 2 empates / 0 derrotas / 48 GP / 11 GC

1º turno:
07/04 – Britânia 1 x 4 Atlético
05/05 – Atlético 10 x 0 Aquidaban
16/06 – Paranaense 0 x 7 Atlético
07/07 – Atlético 4 x 1 Brasil
21/07 – Bangu 1 x 8 Atlético
04/08 – Atlético 4 x 1 Palestra Itália
01/09 – Coritiba 4 x 4 Atlético

2º turno:
15/11 – Atlético 2 x 0 Britânia
01/12 – Atlético W x O Bangu
22/12 – Palestra Itália 0 x 1 Atlético
05/01 – Atlético 2 x 1 Coritiba
19/01 – Brasil 2 x 2 Atlético

Personagens

Alberto Gottardi: goleiro menos vazado da competição, este foi o primeiro título de Alberto Gottardi com a camisa atleticana. Importante em toda a campanha vitoriosa, Alberto se constitui no ponto de equilíbrio do time, principalmente nas partidas decisivas, quando protagonizou defesas milagrosas que garantiram a conquista invicta do rubro-negro.

Zinder: ágil e inteligente, a estrela do atacante Zinder Lins começou a brilhar no 2º turno da competição. Marcou importantes gols durante o campeonato. Foi um dos principais jogadores do fantástico ataque atleticano, formado ao lado de Levoratto, Marreco, Urbino, Maranhão, Ary e Denizart.

Curiosidades

•  Para ter certeza de que o Atlético não deixaria escapar o título de 1929, o goleiro Alberto praticou um ritual durante toda a competição. Desde a estréia, contra o Britânia, ele passou a jogar com um galho de arruda na joelheira. Acreditava que isso lhe dava sorte – e também ao time. “Descobri a pólvora para ganhar o campeonato”, disse após o primeiro jogo da competição, que o Atlético venceu o Britânia por 4 a 1.